Afeganistão

Ocupação prolonga-se <br> para lá de 2014

Os go­vernos norte-ame­ri­cano e afegão con­cluíram, no pas­sado fim-de-se­mana, o acordo bi­la­teral para a ma­nu­tenção da pre­sença mi­litar dos EUA no país de­pois de 2014, quando findar a missão de com­bate da NATO. Em con­fe­rência de im­prensa con­junta re­a­li­zada em Cabul, o se­cre­tário de Es­tado e o pre­si­dente tí­tere do Afe­ga­nistão in­for­maram que existe con­cor­dância quando à mo­da­li­dade de in­ter­venção e ao nú­mero de bases.

Apre­ci­a­ções dis­pares quanto ao con­teúdo do texto per­ma­necem, no en­tanto, em re­lação à questão da imu­ni­dade dos sol­dados norte-ame­ri­canos, com John Kerry a con­si­derar que a questão está ul­tra­pas­sada e um dos seus as­ses­sores a ga­rantir, horas de­pois da di­vul­gação dos termos do do­cu­mento, que se assim não fosse na ver­dade não ha­veria tra­tado, e Hamid Karzai a dis­cordar pu­bli­ca­mente e a manter em aberto esse as­pecto do es­ta­tuto das tropas dos EUA. Em causa está o jul­ga­mento dos sol­dados acu­sados de crimes em tri­bu­nais mi­li­tares norte-ame­ri­canos ou pela jus­tiça afegã.

Re­a­gindo ao anúncio feito pelas au­to­ri­dades de Washington e Cabul, a di­recção ta­libã ad­vertiu para as «graves con­sequên­cias» do pros­se­gui­mento da ocu­pação norte-ame­ri­cana do ter­ri­tório. De acordo com de­cla­ra­ções atri­buídas ao mullah Omar, ale­gado líder do mo­vi­mento, ci­tadas pela Lusa, os ta­libãs pro­metem in­cre­mentar a luta ar­mada.

Um re­la­tório pu­bli­cado pelo Pen­tá­gono há pouco mais de uma se­mana ad­mite que 2143 mi­li­tares norte-ame­ri­canos mor­reram no Afe­ga­nistão nos úl­timos 12 anos, e que o nú­mero de fe­ridos e es­tro­pi­ados de guerra as­cende a quase 20 mil.

A in­vasão ini­ciada a 7 de Ou­tubro de 2001 e a guerra e ocu­pação que lhe su­ce­deram terá já cus­tado aos EUA mais de seis mil mi­lhões de dó­lares, es­timam fontes ofi­ciais. O ac­tual con­tin­gente norte-ame­ri­cano no Afe­ga­nistão as­cende a 54 mil mi­li­tares.




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